A evolução das baterias de veículos elétricos: De chumbo-ácido a íon-lítio
Introdução
O desenvolvimento de veículos elétricos (VEs) passou por uma transformação notável ao longo dos anos, e no centro dessa evolução está a tecnologia de baterias que alimenta esses veículos. Este artigo faz uma viagem no tempo para explorar a evolução das baterias de veículos elétricos, desde os primeiros dias das baterias de chumbo-ácido até a era moderna dominada pela tecnologia de íons de lítio.
Baterias de chumbo-ácido: Os pioneiros
No final do século XIX, as baterias de chumbo-ácido surgiram como as primeiras baterias amplamente utilizadas para veículos elétricos. Essas baterias utilizavam uma reação química entre o dióxido de chumbo (placa positiva), o chumbo esponjoso (placa negativa) e um eletrólito de ácido sulfúrico para gerar energia elétrica. Elas desempenharam um papel crucial em uma variedade de aplicações nos primeiros dias.
[1]
Figura 1. Estrutura típica das baterias de chumbo-ácido
No entanto, esses primeiros EVs enfrentaram limitações significativas devido à tecnologia de sua época. A densidade de energia e o alcance limitados impediam sua praticidade para longas jornadas ou viagens entre cidades. Além disso, a infraestrutura de recarga nos primeiros tempos era praticamente inexistente, e a recarga era um processo demorado. Essa falta de conveniência limitava ainda mais a praticidade dos VEs.
Apesar de seus desafios, as baterias de chumbo-ácido continuam sendo usadas atualmente. Elas são comumente encontradas em várias aplicações, incluindo baterias de partida automotiva, fontes de alimentação ininterrupta (UPS) e sistemas de energia renovável fora da rede.
Baterias de hidreto metálico de níquel: Um passo à frente
No início do séculoXX, Thomas Edison desenvolveu a bateria de níquel-ferro. Essa bateria recarregável se baseia em uma reação eletroquímica entre um eletrodo positivo de hidróxido de óxido de níquel (NiOOH), um eletrodo negativo de hidreto metálico (MH) e um eletrólito alcalino. Embora as baterias de hidreto metálico de níquel, ou baterias NiMH, ofereçam maior densidade de energia e maior autonomia, elas não se tornaram um padrão para VEs.
Baterias de íons de lítio: O divisor de águas
O século XXI testemunhou uma mudança notável na tecnologia de baterias para EVs com a adoção generalizada das baterias de íons de lítio. Elas vêm com maior densidade de energia, maior alcance e carregamento mais rápido, o que as torna o padrão para os veículos elétricos modernos. Durante o carregamento, os íons de lítio (Li+) se movem do cátodo para o ânodo por meio do eletrólito, armazenando energia. Na fase de descarga, esses íons Li+ retornam ao cátodo, gerando uma corrente elétrica.
[2]
Figura 2. Estrutura das baterias de íons de lítio
O que diferencia as baterias de íons de lítio são seus recursos e diversidade excepcionais. Elas apresentam alta densidade de energia, sustentabilidade e uma baixa taxa de autodescarga, retendo a carga ao longo do tempo. O cátodo da bateria de íon-lítio vem em vários materiais, como óxido de lítio-cobalto (LiCoO2) para eletrônicos de consumo, fosfato de lítio-ferro (LiFePO4) para veículos elétricos e óxido de lítio-níquel-cobalto-manganês (NCM) ou óxido de lítio-níquel-cobalto-alumínio (NCA) para um equilíbrio entre energia e densidade de potência.
Essa versatilidade permite que as baterias de íons de lítio alimentem diversas aplicações, desde aparelhos de consumo até veículos elétricos, e estimula inovações contínuas, incluindo baterias de estado sólido e esforços de redução de cobalto, para expandir ainda mais suas capacidades e sustentabilidade.
O futuro das baterias para veículos elétricos:
A evolução das baterias para veículos elétricos está longe de terminar, e o futuro reserva perspectivas interessantes.
lBaterias de estado sólido: O desenvolvimento de baterias de íons de lítio de estado sólido representa um salto significativo na tecnologia de baterias. Essas baterias prometem maior densidade de energia, segurança aprimorada e vida útil prolongada em comparação com as baterias tradicionais de eletrólito líquido.
lCobalto reduzido: Como as preocupações ambientais e éticas em relação à mineração de cobalto persistem, estão em andamento esforços para reduzir ou eliminar o cobalto nas baterias de íon-lítio. Esses esforços visam criar químicas de bateria mais sustentáveis e responsáveis, minimizando o impacto ambiental e social associado à extração de cobalto.
lCarregamento rápido: Os rápidos avanços na tecnologia de carregamento rápido estão revolucionando os veículos elétricos, tornando o recarregamento tão conveniente quanto o reabastecimento de veículos tradicionais. A infraestrutura de carregamento rápido continua a se expandir, reduzindo significativamente os tempos de carregamento e abordando uma das principais barreiras à adoção de VEs.
Conclusão
Em resumo, a evolução das baterias de veículos elétricos foi marcada por avanços significativos, com a tecnologia de íons de lítio atualmente dominando o mercado. À medida que a tecnologia continua a progredir, o futuro das baterias para veículos elétricos promete uma densidade de energia ainda maior, carregamento mais rápido e sustentabilidade aprimorada.
A Stanford Advanced Materials (SAM) é um fornecedor líder da família de baterias de íons de lítio. Se estiver interessado, envie-nos uma consulta.
Referências:
[1] Manhart, Andreas & Magalini, Federico & Hinchliffe, Daniel. (2018). End-of-Life Management of Batteries in the Off-Grid Solar Sector: Como lidar com resíduos perigosos de baterias de projetos de energia solar em países em desenvolvimento? Publicação encomendada por: GIZ Sector Project Concepts for Sustainable Solid Waste Management and Circular Economy; desenvolvido em colaboração com a Energising Development (EnDev).
[2] Madian, M.; Eychmüller, A.; Giebeler, L. Current Advances in TiO2-Based Nanostructure Electrodes for High Performance Lithium Ion Batteries (Avanços atuais em eletrodos de nanoestrutura baseados em TiO2 para baterias de íons de lítio de alto desempenho). Batteries 2018, 4, 7. https://doi.org/10.3390/batteries4010007